Os meninos nascem fofinhos e queriduchos. Os papás dos meninos dão muito miminho aos meninos. Os meninos vão crescendo, comportam-se mal, os pais riem e aplaudem o génio e o temperamento difícil da criancinha "este ninguém há-de comer por parvo", "o puto é reguila, eh eh" , "uff tem cá um feitiozinho!" permitindo, aceitando e encorajando as birras e os gritos, considerando-as normais. Os meninos crescem sem valores, sem moral, sem respeito ao próximo (no meu tempo qualquer adulto merecia tanto respeito como pai e mãe), muitos sem respeito por si mesmos e hoje acham que a escola é um recreio e as aulas decorrem nos intervalos. Os papás continuam a passar a mão na cabeça da sua criancinha, que ela é muito boazinha e se por acaso leva uma reprimenda ou castigo de um professor (hoje parece que é ao contrário, os alunos castigam os professores - modernices) isso foi uma grande injustiça do/a sr/a professor/a que há-de ter o que merece quando for apanhado/a a jeito. Quem é que estes professores pensam que são para mandar calar os alunos que falam nas aulas, não permitirem o uso de telemóvel na aula - que crueldade - e debitarem outras tantas proibições incompreensíveis? Com a conivência dos pais os meninos tornam-se insuportáveis, provavelmente no caminho da marginalidade (levam já uma boa bagagem) e eu que não andei no secundário há tantos anos atrás pergunto-me se estes são os homens de amanhã, que adultos vão ser, o que é que o amanhã reserva? Esta é que é a verdadeira geração rasca - quem nomeou a minha geração desta forma não sabia o que estava para vir. E hoje, da forma que as coisas estão, continuamos sem saber.