Ainda me lembro do entusiasmo que sentia quando era noite de Festival da Eurovisão. Na altura este era um grande evento televisivo e dada a pouca oferta, noite de festival era uma festa! Entretanto, o festival foi perdendo o seu encanto, cresci e deixei de achar piada a esse tipo de programas. Até que no ano passado vi a emissão em directo - este ano voltei a ver. As diferenças em relação ao passado existem, afinal hoje há mais tecnologia e logo aí o espectáculo tem mais possibilidades de brilhar. No entanto, noto que o espírito com que eu via o festival tem sido atropelado. Isto, como sempre, é a minha opinião, que vale o que vale.
1. Por um lado, lembro-me que quando apresentavam o artista que ía actuar mostravam sempre um pouco da cidade/país onde decorria o evento. Isto, para além de apresentar o artista, funcionava também como um cartão postal, dando a conhecer alguns pontos de interesse daquele local. Do ponto de vista da promoção turística do país era algo importante.
2. Outro ponto - e sem querer parecer nacionalista ou extremista - é que antes cada um cantava na língua do seu país e agora já é possível apresentar as canções em inglês (até nós já o fizémos há uns anos com um mix luso-inglês). Ora, logo à partida, o inglês sendo a língua que mais se domina, "entra" mais facilmente no ouvido. Este ano até a Espanha - pasme-se - cantou em inglês!!
3. Sem querer parecer púdica ou moralista, algumas artistas apresentaram-se com pouca roupa (deve render mais votos). A senhora da Ucrânia tentou dar um espectáculo sensual mas aquilo roçou mais a vulgaridade do que outra coisa. Além disso, algumas das canções a concurso este ano pareciam música da feira; electro-pop martelada para consumo rápido que não deixam saudades. No entanto, é lamentável que a do Azerbeijão - que incluo nesta categoria - tenha ficado em 3º lugar. Deixou de haver interesse em colocar elementos mais tradicionais. A combinação do tradicional e moderno é possível, tanto que a nossa música era assim e era bastante engraçada.
A música à qual Portugal atribuiu o maior número de pontos terá muito a ver com o nosso gosto pessoal; também era a minha favorita, a da Moldávia. Tinha lá os elementos tradicionais, um toque de música dos balcãs - e por cá gostamos disso - e era bem animada. Ficou um lugar à nossa frente. Deixo aqui o vídeo para vossa avaliação. Eu gosto!
(se não gostarem não me dêem nenhum calduço como dão ao rapaz do anúncio das sopas)