Já aqui escrevi sobre a nova edição do programa Ídolos, mais concretamente sobre a azia que o júri - alguns elementos em particular - me causa. Hoje é sobre os candidatos a concorrentes, ou melhor, sobre a esperança que estes depositam num programa deste género. Confesso que me faz alguma impressão ver como alguns, principalmente os mais jovens, de 16, 17 anos encaram a sua participação neste programa como se fosse uma questão de vida ou morte. Confesso que me faz impressão ver que eles acham que se não seguirem em frente é o fim do mundo. Alguém tem que lhes dizer que não é assim! Além do mais, basta fazer uma retrospectiva de todos os programas de descoberta de novos talentos que já se fizeram em Portugal para ver quantas pessoas conseguiram seguir em frente com uma carreira musical. Assim de repente lembro-me de Sara Tavares, Inês Santos, João Pedro Pais, Jacinta. O Nuno Norte está nos Filarmónica Gil e a Luciana Abreu está por aí, em novelas, cançonetas e revistas cor-de-rosa. Ou seja, 6 pessoas. Alguns outros participam em programa de televisão como cantores residentes e da grande maioria deles, ninguém sabe. Não é pelo mérito ou falta dele, mas é preciso ver que Portugal não é a América e aqui não há mercado como existe nos Estados Unidos. Daí que me faça impressão vê-los chorar, nervosos, tremendo, expectantes de uma resposta afirmativa, que quando não vem, significa o fim. Não é e eles têm uma vida pela frente para trabalhar e tentar essa carreira. A participação no programa pode dar visibilidade mas tudo o resto vem depois. E fazer depender a sua felicidade deste breve momento (tudo bem, há que atender à idade), não pode ser bom para ninguém.