Observações sobre tudo e sobre coisa nenhuma
11.3.11

Comecei a trabalhar poucos meses depois de terminar o curso. Não em algo relacionado com o curso - deveras teórico - que tirei mas, curiosamente, ou não, numa área para a qual também tinha habilitações e preparação, pois em tempos tirei um ano não sabático e fiz um curso teórico e prático numa área que nada tem a ver com a da minha formação unversitária. E foi este curso que me abriu a porta do mercado de trabalho. Dos colegas de universidade, do meu ano e posteriores, creio que se contam pelos dedos os que trabalham na área. Mas é assim connosco e com muitos outros. Hoje, trabalho em algo para que não me formei, aprendi fazendo, com algum jeito e gosto. E não me queixo. Não porque tenha que pensar em quem está pior (que também penso) mas porque estou satisfeita. Se calhar é mau, devia querer mais. Neste momento, dado o estado de incerteza e dificuldades, e por gostar do que faço, estou satisfeita. Infelizmente, sei que há quem procura e não consegue encontrar emprego; sei que há quem só queira trabalhar na sua área, mas há muitos que estão dispostos a encarar uma alternativa e não encontram; nem todos os desempregados têm curso superior, também é preciso lembrarmo-nos deles (não é só quem tem um curso superior que tem direito a queixar-se); acredito que há muitos que não queiram realmente trabalhar mas há tantos mais que querem e não  conseguem. Há de tudo. Chovem defesas e críticas ao movimento Geração à Rasca. Eu não condeno, sei que há quem procura, luta, envia cv's, bate às portas e leva negas e não consegue encontrar o mínimo de estabilidade e dignidade. Mas critico quem se queira aproveitar deste movimento para aparecer. Critico quem não quer trabalhar e se queixa que não tem dinheiro mas depois gasta o dos pais em saídas e copos.

Critico quem não se encontre à rasca mas que se inclua no mesmo saco dos que estão. E chegada a este ponto não compreendo muito bem que o Blogue de Esquerda da revista Sábado tenha convidado a autora de um dos blogs mais conhecidos deste nosso Portugal para escrever um texto sobre o assunto. Que ela escreve bem, é um facto, tem humor, ironia e sensibilidade (já o referi num post recente). Mas visitando o blog percebe-se que - felizmente - não está à rasca.  Talvez seja uma escolha da moda, mas se eu estivesse à rasca, talvez considerasse o convite, e o facto do mesmo ter sido aceite, um bocado ofensivo. Fica o texto.

 

Nota: Esta parte final não pretende ser nenhum ataque, apenas uma opinião. Comecei por manifestá-la na caixa de comentários do blog da Pipoca mas depois veifiquei que é preciso ter conta no google para comentar, e eu não tenho, optei por opinar aqui.

 

link do postPor costela de adão, às 20:52  o que se disse (2) para dizerem algo

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