O Euro 2008 está aí. A euforia em torno da selecção faz lembrar o 2004 quando Portugal acolheu este evento desportivo. A nossa selecção não podia ter começado melhor com uma vitória – justa, por 2-0 – contra a Turquia.
Hoje é a vez de defrontarmos a República Checa, a bola já rola e estamos empatados 1-1. Durante 90 minutos o país pára para celebrar, cantar, apoiar, chorar, no fundo para viver, as emoções do futebol. Neste momento a selecção nacional é a única coisa que une os portugueses e nos faz sentir orgulho no País. A selecção faz esquecer os problemas que o país atravessa. Enquanto joga a selecção esquecemo-nos do protesto dos camionistas e de todas as consequências que o mesmo está a causar: falta de combustíveis e mais importante – e que nos afecta a todos – falta de alimentos frescos.
A situação do País apresenta-se difícil. No que respeita aos combustíveis o problema não nacional, mas geral. O nosso problema é termos uma carga de impostos mais pesada e um nível de vida inferior ao dos nossos vizinhos espanhóis, que por estes dias também se manifestam nas estradas.
O direito à greve existe. As razões dos camionistas poderiam ser consideradas válidas mas no caso dos patrões - que são quem está a fazer a greve - , a greve é ilegal. Ou seja, as estradas e o país estão sujeitos a um grupo de senhores que ainda que considerem ter fundamento para as suas acções, a verdade é que estão a agir contra a lei.
Outra coisa que não compreendo é o comportamento dos piquetes de greve que apedrejam, incendeiam camiões, destroem mercadorias e ameaçam os colegas que não aderem à greve. É nos actos de violência e irracionalidade que as razões (que se julguem ter) se começam a perder. E o que também se começa a perder é a sensação de liberdade; não gosto de me sentir refém, nem de sentir o País refém da vontade destes homens (apesar das suas motivações). Já 2 vidas se perderam nestes protestos – uma em Portugal e uma em Espanha – será necessário? A culpa é de todos, de quem se atira para a frente de um camião, de quem não calcula a distância, os dois pensando que o outro vai ceder. É preciso que se encontre uma solução, é preciso que o Governo tome uma atitude ou o País pára.
Mas agora é tempo de intervalo para o futebol; o País segue dentro de momentos.