Observações sobre tudo e sobre coisa nenhuma
10.8.09

Ora como toda a gente sabe, Agosto é o mês do regresso temporário de muitos emigrantes ao seu Portugal, país do seu coração e do qual têm tantas saudadinhas durante 11 meses do ano! É também o regresso ao país que deixaram vai para mais de 30 anos e que muitos acham que se encontra tal como o deixaram, chegando muitas vezes com ares de superioridade por viverem num país do primeiro mundo e não neste atraso de vida. Antes de continuar, quero desde já dizer que tenho muita família emigrante, espalhada por vários sítios, mas maioritariamente na Europa. Por isso também noto em alguns elementos da minha família essa mesma arrogância em relação ao país que os viu nascer e a mania que lá fora é que é bom. Pois se formos falar de alguns sistemas de saúde e educação, não tenho dúvidas de que sejam melhores; o que acho triste é o ar com que visitam o país como se nunca tivéssemos progredido e achando-se uma grande coisa por viverem no estrangeiro. Que eu saiba foram para lá trabalhar - e não foi  pouco - e não fazer férias, para juntarem uns tostões. O que noto por vezes é que o país avançou mas alguns emigras voltam anualmente exactamente iguais ao que eram quando daqui saíram em busca de melhores condições de vida, saloios e pouco educados. Desculpem, não são todos mas aqui também incluo alguns dos meus, por isso estou à vontade para escrever. Outra barbaridade prende-se com o não ensino da língua portuguesa aos filhos nascidos no país adoptivo, quer com casamentos made in Portugal ou mistos. É ridículo e sintoma de complexo de inferioridade e ignorância não quererem, por opção, ensinar português aos filhos.Tira-me do sério! Até porque, como é óbvio, a família terceiro-mundista não sabe falar francês por isso vá de usar linguagem gestual e uns sorrisos para resolver os problemas de comunicação que nem deviam existir de avós com netos e primos e tios. Mas eles é que sabem, melhor, n'est-ce pas?

 

música: Voltei voltei, voltei de lá (Dino Meira)
sinto-me:
link do postPor costela de adão, às 22:04  para dizerem algo

De S a 10 de Agosto de 2009 às 22:40
Eu se fosse viver para o estrangeiro uma coisa que faria se tivesse filhos, era nunca faze-los esquecer o portugu~es, pois adoro a minha língua...
o meu tio que vive cá e nasceu na itália, nunca deixou o Italiano morrer para as minhasprimas, ambas ainda falam muito bem Italiano e já cá estão à 10 anos...

De costela de adão a 10 de Agosto de 2009 às 22:48
E assim é que deve ser! Acaba por ser melhor para os miúdos aprenderem logo em pequenos - aprendem com mais facilidade - e só pode ser positivo não deixar morrer a língua dos pais. Mas aqui os pais é que têm a culpa...

De S a 10 de Agosto de 2009 às 22:54
É também sempre uma forma de em caso de quererem mudar de país saber nem que seja um pouco da língua...
Pois têm, quando vão para o estrangeiro tem a mania de pôr Portugal para baixo, como se não valesse nada...

De cuidandodemim a 11 de Agosto de 2009 às 18:09
Fico triste quando vejo estas coisas. Os portugueses deveriam ter orgulho do seu país, porque ainda que tenha muitas coisas más, Portugal tem muitas coisas boas também! E uma das demonstrações de quem gosta do seu país e quer preservar a sua cultura é ensinar a língua materna aos seus descendentes e ensiná-los a gostar deste pequeno país apesar de tudo.
Bjns

De costela de adão a 12 de Agosto de 2009 às 22:29
É verdade. Têm muitas saudades e gostam tanto deste cantinho que nem passam uma herança cultural aos descendentes.

De Marafadinha a 12 de Agosto de 2009 às 14:31
Palavras para quê?
[

De costela de adão a 12 de Agosto de 2009 às 22:30
C'est ça!

De Sorriso a 12 de Agosto de 2009 às 15:28
Ah, pois é! E aqueles que vêm com a mania que já sabem falar trés bien, falam em francês, ou outra língua qualquer, uns para os outros, só para se armarem?
Vou contar-te o que me aconteceu esta semana: estava eu a estacionar o carro quando se aproxima une voiture française e o senhor se sai com esta: parlez vous français? E nisto ouço a esposa, deduzo eu, a falar em português com ele e ele responder-lhe igualmente em português do nuorte. lol Enfim... no comments. LOL

Beijinhos :)

De costela de adão a 12 de Agosto de 2009 às 22:33
Que tristeza! Querem parecer muito cultos e depois é só argoladas! Um olhar bem desdenhoso é o que me apraz fazer. Em breve vou ter ma reunião familiar com alguns que parece que sofrem do mesmo mal. Espero que corra bem...E se houver coisas destas de que aqui falamos, vou é rir em vez de me chatear com isso.

De AJ a 17 de Agosto de 2009 às 11:22
Como te compreendo. Este post podia ser meu tal as semelhanças com aquilo que conheço e prensencio. Há muita gente por aí a fazer as mesmas figuras.

De Chocoholic a 20 de Agosto de 2009 às 22:26
Ai, Costela, como te compreendo.
Também não tenho nada contra os emigrantes, que tiveram de sair da sua terra Natal em busca de melhor sorte. O que me enerva mesmo são os tais ares de superioridade de que falas. Aqueles que chegam com os carrinhos de matrícula estrangeira, com o nariz empinado face aos "tugas", que ao fim ao cabo, têm a mesma profissão que eles, mas no seu país Natal. E quando se limitam a falar a língua estrangeira, mas que quando se enervam, até se esquecem, e lá vem o português calão à frente de todos. Ainda hoje tive uma esperiência do género.
Estava num café, numa zona onde estavam nem sei quantos emigras, e eis que uma dessas senhoras, que de um momento para o outro deixam de entender a língua portuguesa, vem à minha mesa, pega numa cadeira que no momento estava vaga (porque o ocupante tinha ido dentro do café),sem perguntar se estava vaga ou não, e levou-a, assim, sem mais nem menos. A minha mãe ainda lhe disse que estava ocupada, mas a sra devia ser surda coistada. O que vale é que a minha mãe, que até tem uma certa lata, e detesta estas manias, levantou-se da sua cadeira, e foi directa à mesa da dita sra, já sentada na cadeira que não lhe pertencia, e lhe disse "Essa cadeira está ocupada". A Sra, coitada, como que por amnésia, não entendeu o português, e virou-se com um ar admirado para a sua amiga, que lhe respondeu em francês: "A cadeira está acupada" (sim, que a minha mãe é tuga mas sabe francês). E a minha mãe rematou: Não se importa de se levantar para eu levar a cadeira. O que a sra fez, sem ai nem ui.

E viva a boa educação dos outros países, que não são terceiro-mundistas como o nosso Portugal.

De costela de adão a 23 de Agosto de 2009 às 20:17
É tão triste, não é? Além de parvitos ainda são mal-educados - infelizmente mal que atinge muita gente, venha ela de onde vier. A senhora é brilhante mas a atitude da tua mãe foi muito boa.

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