Os Jogos Olímpicos de Pequim terminaram. Os nossos medalhados regressaram ontem e uma multidão esperava por eles. A participação portuguesa esteve envolta em polémica, não tanto pelos resultados – não se podia esperar que todos trouxessem uma medalha – mas pelas declarações menos felizes prestadas por alguns atletas. No entanto, pior do que os atletas acabou por estar o presidente do Comité Olímpico Português (COP), Vicente Moura. Perante os resultados menos positivos e as já mencionadas declarações dos atletas proferiu afirmações menos abonatórias em relação a estes e decidiu não se recandidatar ao cargo que ocupa há vários anos. O senhor estava descontente e já que não os podia despedir, despedia-se ele (por assim dizer). No rescaldo dos jogos e feitas as contas concluiu-se que esta havia sido a melhor participação portuguesa de sempre e entretanto o senhor Moura já veio dizer que afinal nada está definido e que até se pode recandidatar mais uma vez ao lugar de presidente do COP. Ou seja, deu o dito por não dito. Deve ter pensado algo do género “Ah e tal, afinal a coisa não correu assim tão mal, por isso esqueçam lá qualquer coisa que possa ter dito. Estou aqui para o que fôr preciso!”. Que lindo! Talvez possa agora pegar nas críticas feitas a alguns atletas sobre a seriedade e educação e mais qualquer coisa e dizê-las novamente, mas desta vez com um espelho em frente. No desporto, tal como em tudo o resto, não basta ser sério, há que parecê-lo.