As coisas não estão fáceis para os portugueses, sejam eles empregados do Estado, do privado, ou, a pior das situações, desempregados. O direito à greve existe. No entanto, creio que já tivémos demasiadas provas de que as greves não resultam em alterações dos procedimentos estabelecidos e que levaram à convocação das mesmas. Aqueles que se pretende atingir não são atingidos e quem acaba por pagar a factura de mais um dia de greve são os portugueses. Seja porque têm que faltar ao trabalho para ficar com os filhos pelas escolas não funcionarem, seja porque têm de gastar dinheiro em transportes alternativos para poder chegar ao local de emprego, ou faltar (mais uma vez). Ou seja, penalizam-se os cidadãos.
Portugal já viveu num regime ditatorial. O 25 de Abril de 1974 veio alterar esse estado de coisas. No entanto, isso não significa que tenha deixado de existir ditadores, longe disso. O que é mais curioso é que aqueles que reclamam pelos seus direitos, inclusivé o direito à greve, não respeitam o direito e quem não a quer fazer, chegando mesmo a agressões contra os não aderentes. Se isto não é uma forma de repressão e com laivos de ditadura, não sei o que é. Normalmente, xó se vê o mal quando está nos outros, não quando olhamos para nós.
Porque os nossos actos são sempre justificados.
Por fim, as lamantáveis as cenas de agressões entre a polícia e os maifestantes, da polícia contra jornalistas. Haverá excessos de parte a parte. Se por um lado, há quem participe nestas manifestações com uma intenção óbvia de espalhar a confusão e nada quer reivindicar, por outro, as forças policiais parecem ficar um bocado perdidas e avançam contra tudo, sem olhar a quem.
Lamentável.