A morte saíu à rua. Vestia normalmente e usava uns óculos de sol.
Entrou no seu popó janota e arrancou pela cidade. Conduziu perigosamente, sem respeitar limites de velocidade, passadeiras, sinais de STOP, prioridades, nada.
Saíu da cidade e fez-se à estrada. Continuou na mesma. Fez ultrapassagens perigosas, acelerou mais do que precisava – tinha saído apenas para arejar, embora parecesse que ía em emergência tal era a velocidade e poeira que levantava na estrada - sentia-se o melhor condutor do mundo, um Nélson Piquet, Alain Prost ou um Schumacher.
E depois, na sua loucura e inconsciência abalroou um jovem e seguiu caminho, deixando-o a morrer na beira da estrada sem prestar auxílio. Parece existir um novo jogo que se chama “atropelamento e fuga”.
Ultimamente os telejornais têm mostrado várias situações idênticas relacionadas com esta triste "modalidade". Mas há mais do que a TV mostra, a realidade existe para lá da televisão. O Filipe esteve em luta durante cerca de 2 meses após ter sido atropelado por uma dessas mortes que se sentam ao volante de um carro e acham que podem tudo, até matar e ficar impunes. Não há remorso, não há consciência, não há auxílio, não há nada. O Filipe perdeu a luta. Fica a dor dos pais, da família, dos amigos por uma vida jovem levada tão cedo. E a morte em figura de humanos (serão? Tenho dúvidas) continua por aí no seu popó à procura de mais vítimas.
Descansa em Paz, Filipe.
NOTA: Acidentes acontecem, só não acontecem a quem não anda na estrada, mas muitos poderiam ser evitados se existisse menos inconsciência, mais civismo e respeito pelo próximo.