Observações sobre tudo e sobre coisa nenhuma
25.11.10

O mundo mudou muito nos últimos 20 anos. Mudaram os princípios, os valores, mudaram as vontades, os objectivos. O desejo crescente de acumular coisas, de consumir tudo e mais alguma coisa, a última novidade. Há dois dias os lcd's eram o máximo, mas depois surgiu o LeD, seguido da TV em HD e agora o último grito é a TV em 3D, and so on and so on. Não há sequer tempo para se aproveitar aquilo que se tem, porque entretanto já pereu valor, actualidade. Antes eram os carros que desvalorizavam assim que saíam do stand, agora, em temos de equipamntos para a casa,  há uma panóplia de objectos a perderem valor. Caramba, os meus pais têm a mesma televisão a cores há uns 25 anos. E está boa, e têm tv por cabo e serve perfeitamente. Quem é que hoje em dia, de gerações mais recentes consegue o mesmo?

A tecnologia é um exemplo, mas haverá muitos mais.

 

Isto tudo para chegar aqui: não deixa de ser curioso que numa época do ter, ter, ter, consumir, se fale tanto do lugar correcto do homem nesta sociedade, de onde ele poderá ser feliz e de um regresso às origens. Onde o ser é mais importante do que o ter. Nas últimas semanas vi 2 reportagens na RTP sobre pessoas que regressaram ao campo (de onde saíram para a cidade) ou fugiram para o campo, pessoas que abandonaram as cidades em busca de uma vida mais calma, mais completa, mais poupada - produzindo muito do que consomem - , uma vida amiga do ambiente, em comunhão com a natureza; a capa da Visão há algumas semanas era sobre quem se tinha dedicado à vida no campo. E isto dá que pensar, pelo menos a mim. Em tão pouco tempo, tantas chamadas de atenção para o mesmo: o regressar ao que já se foi, a uma forma de vida mais natural, equilibrada, onde o mais importante é viver em equilíbrio, ser feliz. Talvez a felicidade que se andou a procurar em objectos, não se encontre num hipermercado ou megastore, mas sim numa vivência livre de tudo isso - ou em que isso não seja o mais importante.

Sería eu capaz de seguir o caminho que alguns portugueses fizeram? Sinceramente, não sei; não por ser uma viciada em compras ou no último grito da moda ou no muito português "se aquela pirosa tem, eu também preciso ter". Apenas não sei, mas gostava de ter a coragem e determinação para o fazer, se realmente o quisesse.

 

sinto-me: bucólica
link do postPor costela de adão, às 19:50  para dizerem algo


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